O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF) inaugurou, na noite de quarta-feira (8/11), o projeto de captação e infiltração de águas pluviais. O projeto é um exemplo de sustentabilidade ambiental, por facilitar a minha infiltração da água da chuva no solo – permitindo o abastecimento natural dos rios, lagos e do lençol freático.

Nas áreas urbanas, a água encontra dificuldade para acessar as camadas mais fundas do solo – o que ao longo prazo representa a seca dos rios e a perda de acesso à água potável. O Distrito Federal, por exemplo, registra o avanço cada vez mais elevado da área urbana e o risco de desabastecimento, racionamento de água em razão de impermeabilidade do solo.

O professor Vagney Augusto, da Universidade de Brasília (UnB), explicou que o projeto do IHG-DF é um exemplo de como o homem pode facilitar o processo natural de infiltração da água da chuva e proteger o meio ambiente.

“O instituto tem uma área circular de telhado de aproximadamente mil metros quadrados. Além disso tem um corredor. Calculando toda essa área, podemos ver quanto deixamos de infiltrar. A água cai na grama, mas existe um problema. Muitas vezes a compreensão da terra e outros fatores impedem a chegada nos aquiferos”, disse.

“Em vez de deixar a água infiltrar na superfície do solo, eu deixo a água atingir a profundidade necessária para infiltrar no solo. Podemos melhorar o efeito da natureza fazendo uma caixa de infiltração”, explicou Vagney.

No IHG-DF foram instaladas caixas de infiltração, feitas com manilhas que captam água da chuva no telhado e levam até alguns metros abaixo da superfície. Este tipo de projeto pode levar o líquido para infiltrar no solo ou ser armazenado em locais onde ela poderá ser utilizada para consumo.

Somente na área do corredor do prédio do instituto, serão captados por ano 188 mil litros de água, que já estão sendo infiltrados. É possível chegar a 279 mil litros por ano, quando a captação estiver completa. É o volume suficiente para abastecer uma casa com 4 pessoas por ano.Avançando ainda mais, pada captar água em uma área de 1.000 metros quadrados, que representa toda a área construída do prédio do instituto, é possível captar água suficiente para abastecer uma casa com 18 pessoas por um ano.

O acadêmico Eugênio Giovernardi deu mais detalhes sobre as possibilidades. “Podemos captar a água da chuva para uso individual ou coletivo, ou para todas as necessidades, como lavar louça, roupa, fazer comida, produção agrícola, comercial. Mas tem essa outra finalidade que eu considero muito mais essencial, que é a recarga. Os aquiferos são como uma poupança, e se a gente só retira e não põe, acaba. E é isso que está acontecendo no Distrito Federal”, disse ele.

O presidente do IHG-DF, Paulo Castelo Branco, destacou que a intenção é avançar cada vez mais na proposta. “O instituto vai tentar seguir com esse projeto ainda na nossa gestão”, declarou. Estudantes que visitam o instituto poderão aprender sobre o iniciativa e usar como exemplo de ação sustentável.

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