O ex-ministro da Educação, ex-senador e intelectual Cristovam Buarque debateu e palestrou sobre a educação na era das complexidades em café realizado no Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHGDF) na segunda-feira (9/10). O evento ocorreu com a presença de autoridades, associados e convidados.

Cristovam defende que a educação é o melhor caminho para superar desigualdades. Ele destacou que o mundo passa por transformações, onde as respostas para questões da vida cotidiana estão cada vez relativas. “Ensinaram as crianças que elas terão que viver em um mundo de complexidade. Não se sabe mais o que é direita, esquerda. Até mesmo os conceitos do que é certo e o que é errado estão relativos. O que é certo para um, não é certo para outro”, declarou.

De acordo com o senador, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa apostar em políticas públicas e mudanças nos parâmetros educacionais para melhorar a qualidade de vida da população, combater desigualdades, entre outros problemas.

“O Brasil ser campeão de desigualdade é uma realidade. As vezes, o segundo, terceiro, mas sempre está em uma situação ruim. Os meus colegas do Palácio do Planalto não gostaram quando eu falei que nós só temos um estadista, que é o presidente Lula”, destacou.

Cristovam apoia ações como o programa Bolsa Família, mas explica que é necessário adotar outras ações para garantir a renda das pessoas. “O Bolsa Família não reduz a desigualdade. Mas tira da penúria. Vem uma pandemia de novo e volta a penúria. É preciso criar o sistema único de educação. Falta ações concretas do governo Lula para ele ter cacife moral para ser um porta-voz do mundo no combate a desigualdade”, completou.

O ex-senador defendeu que a redução da desigualdade ocorra por meio do aumento na qualidade da educação. Ele destaca a necessidade da criação de um sistema nacional de educação, assim como uma carreira nacional para professores. A palestra foi acompanhada por Paulo Castelo Branco, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

O professor ressaltou, também, que é necessário que a renda das pessoas aumente junto a medidas ambientais. “O pobre não polui igual ao rico. Já pensou se todos poluissem igual a classe média? O planeta não aguentava. A sustentabilidade, ao meu ver, é algo que o povo tem que lutar. Mas é algo que eu vejo cada vez mais distante. Todo mundo fala em carro elétrico. Não vai ter sustentabilidade, pois para fabricar o carro se polui muito. Mas mesmo que não se realize, é algo que vale a pena continuar lutando”, afirmou Cristovam.

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